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O saco das guloseimas estava pronto e sentia-me ansiosa por ver chegar as
crianças marotas. Mas, na manhã da Noite das Bruxas tive um ataque de artrite
muito forte e, à tardinha, mal me conseguia mexer. Como sabia que ia
ser difícil
atender todas as vezes que batessem à porta, decidi deixar o saco pendurado da
parte de fora da porta e ver, na sala às escuras, o desfile das
crianças mascaradas.
A primeira a chegar foi uma bailarina com três fantasminhas. Cada um pegou
numa guloseima, excepto o último, que tirou do saco uma mão cheia. Foi
então que
ouvi a bailarina ralhar: "Não podes tirar mais do que uma!" Fiquei
contente por a
criança mais velha agir como se fosse a consciência do pequeno.
Seguiram-se princesas, astronautas, esqueletos e extraterrestres. Apareceram
mais crianças do que as de que eu estava à espera. Como as guloseimas
estavam a
acabar, preparei-me para desligar a luz da entrada. Detive-me ao
reparar que tinha
mais quatro visitas. Os três mais velhos meteram a mão no saco e retiraram um
chocolate cada. Sustive a respiração, esperançada de que ainda
restasse um para
uma bruxinha. Mas, quando ela retirou a mão, tudo o que segurava era apenas
uma simples goma de laranja.
Os outros chamaram:
-- Emily, despacha-te! Não há ninguém em casa para te dar mais guloseimas.
Mas Emily deixou-se ficar mais um pouco. Meteu a goma no saco e, imóvel, ficou
a olhar para a porta. Depois, disse:
-- Obrigada, casa. Gosto muito da goma de laranja.
E correu a juntar-se aos companheiros.
Uma bruxinha querida tinha-me lançado um feitiço.
Evelyn M. Gibb
J. Canfield; M. V. Hansen; J. Read Hawthorne; M. Shimoff
Second Chicken Soup for the Woman's Soul
Florida, HCI, 1998
(Tradução e adaptação)